terça-feira, 7 de maio de 2013
"Era uma vez quatro coelhinhos chamados: Bolinha, Mimoso, Algodãozinho e Joca. Eles moravam com sua mãezinha, embaixo de um grande pinheiro. Dona Coelha, precisando um dia sair para fazer compras, chamou-os e disse:
- Escutem, queridos, mamãe vai sair. Se vocês quiserem, podem dar uma voltinha, mas, por favor, não entrem na horta do Sr. Tinoco. Seu pai teve um acidente lá e nunca mais voltou para casa. Tenham juízo, filhotes, eu não me demoro.
Dona Coelha apanhou a sombrinha, a cesta de compra e foi à padaria. Comprou cinco bolinhos com passas e um pão de forma. Bolinha, Mimoso e Algodãozinho, que eram muito ajuizados, foram colher amoras. Joca, porém, que era muito desobediente, passou por debaixo da cerca e foi à horta do Sr. Tinoco. Lá chegando, comeu alfaces, cenouras e rabanetes, até não poder mais. Sentou-se para descansar um pouco. Exatamente ali, perto do canteiro dos repolhos, estava o Sr. Tinoco. Assim que avistou o coelhinho, correu ao seu encalço, de ancinho na mão.
Joca ficou muito assustado; corria para todos os lados e não conseguia acertar a saída. Perdeu um dos sapatos no meio dos repolhos, e o outro, perto das batatas. Cada vez ele corria mais. De repente, ficou preso, pelo botão do casaco, numa rede que protegia as uvas. Começou a chorar alto. Uns pardais muito bonzinhos, que voavam por ali, vieram consolá-lo.
Entretanto, o Sr. Tinoco não tinha desistido de pegá-lo. Ali veio ter, com uma enorme peneira na mão, pretendendo com ela prender o pobre bichinho. Nesse instante, porém, Joca deu um arranco e conseguiu desprender-se. No entanto, ficou sem o casaco e caiu em cima da caixa de ferramentas. Levantou-se depressa, e escondeu-se dentro de uma lata grande que viu à sua frente. A lata estava cheia de água e Joca estava muito suado; por isso, começou a sentir arrepios de frio e pôs-se a espirrar. O Sr. Tinoco, que o havia perdido de vista, descobriu o seu esconderijo e correu para a lata. O coelhinho, porém, foi mais ligeiro; pulou fora da lata e ocultou-se atrás de uns vasos de plantas.
O Sr. Tinoco já estava cansado de tanto correr à procura do coelhinho, de maneira que resolveu voltar para casa. Joca, quando percebeu que o seu perseguidor o deixara em paz, sentou-se para descansar. Estava quase sem respiração e tremia da cabeça aos pés. Além disso, não tinha a menor idéia de como sair dali.
Enquanto pensava na situação, apareceu um rato que carregava, na boca, alimento para os seus filhinhos. Joca perguntou-lhe onde ficava a saída, mas ele não lhe respondeu, apenas sacudiu a cabeça. Então o coitadinho resolveu ir andando para ver se descobria alguma coisa.
Atravessou o jardim e chegou a um tanque onde o Sr. Tinoco costumava encher as latas de água. Ali estava sentado um gatinho, apreciando os peixinhos dourados que havia no tanque. Joca, a princípio, teve vontade de dirigir-lhe a palavra, mas pensou melhor e foi andando. Seu primo, o coelhinho Benjamim, sempre lhe contava histórias perigosas sobre gatos...
Um pouco adiante encontrou uma carrocinha. Subiu nela e olhou à volta. Lá adiante estava o seu inimigo, o Sr. Tinoco, cuidando de um canteiro. Do lado oposto, ficava o portão. Que alívio! Muito de mansinho, sem fazer barulho, foi ele se arrastando, até que se viu, são e salvo, perto do pinheiro onde ficava sua casa. Estava tão cansado que se deitou ali mesmo e fechou os olhos.
Dona Coelha estava preparando o jantar. Quando o viu ali fora, assim, abatido, ficou imaginando o que lhe teria acontecido. Ficou, porém, muito zangada quando viu que ele havia perdido os sapatos e o casaco. Levou-o, no colo, para a cama e notou que ele estava febril.
À hora do jantar, Bolinha, Mimoso e Algodãozinho foram para a mesa, comeram bolinhos com morangos e tomaram leite quentinho. Joca ficou na cama e tomou chá de limão.
No dia seguinte, ainda se sentia mal. Estava tão arrependido, que prometeu à mamãe nunca mais desobedecer-lhe e ser tão comportado quanto seus outros irmãos."
- Escutem, queridos, mamãe vai sair. Se vocês quiserem, podem dar uma voltinha, mas, por favor, não entrem na horta do Sr. Tinoco. Seu pai teve um acidente lá e nunca mais voltou para casa. Tenham juízo, filhotes, eu não me demoro.
Dona Coelha apanhou a sombrinha, a cesta de compra e foi à padaria. Comprou cinco bolinhos com passas e um pão de forma. Bolinha, Mimoso e Algodãozinho, que eram muito ajuizados, foram colher amoras. Joca, porém, que era muito desobediente, passou por debaixo da cerca e foi à horta do Sr. Tinoco. Lá chegando, comeu alfaces, cenouras e rabanetes, até não poder mais. Sentou-se para descansar um pouco. Exatamente ali, perto do canteiro dos repolhos, estava o Sr. Tinoco. Assim que avistou o coelhinho, correu ao seu encalço, de ancinho na mão.
Joca ficou muito assustado; corria para todos os lados e não conseguia acertar a saída. Perdeu um dos sapatos no meio dos repolhos, e o outro, perto das batatas. Cada vez ele corria mais. De repente, ficou preso, pelo botão do casaco, numa rede que protegia as uvas. Começou a chorar alto. Uns pardais muito bonzinhos, que voavam por ali, vieram consolá-lo.
Entretanto, o Sr. Tinoco não tinha desistido de pegá-lo. Ali veio ter, com uma enorme peneira na mão, pretendendo com ela prender o pobre bichinho. Nesse instante, porém, Joca deu um arranco e conseguiu desprender-se. No entanto, ficou sem o casaco e caiu em cima da caixa de ferramentas. Levantou-se depressa, e escondeu-se dentro de uma lata grande que viu à sua frente. A lata estava cheia de água e Joca estava muito suado; por isso, começou a sentir arrepios de frio e pôs-se a espirrar. O Sr. Tinoco, que o havia perdido de vista, descobriu o seu esconderijo e correu para a lata. O coelhinho, porém, foi mais ligeiro; pulou fora da lata e ocultou-se atrás de uns vasos de plantas.
O Sr. Tinoco já estava cansado de tanto correr à procura do coelhinho, de maneira que resolveu voltar para casa. Joca, quando percebeu que o seu perseguidor o deixara em paz, sentou-se para descansar. Estava quase sem respiração e tremia da cabeça aos pés. Além disso, não tinha a menor idéia de como sair dali.
Enquanto pensava na situação, apareceu um rato que carregava, na boca, alimento para os seus filhinhos. Joca perguntou-lhe onde ficava a saída, mas ele não lhe respondeu, apenas sacudiu a cabeça. Então o coitadinho resolveu ir andando para ver se descobria alguma coisa.
Atravessou o jardim e chegou a um tanque onde o Sr. Tinoco costumava encher as latas de água. Ali estava sentado um gatinho, apreciando os peixinhos dourados que havia no tanque. Joca, a princípio, teve vontade de dirigir-lhe a palavra, mas pensou melhor e foi andando. Seu primo, o coelhinho Benjamim, sempre lhe contava histórias perigosas sobre gatos...
Um pouco adiante encontrou uma carrocinha. Subiu nela e olhou à volta. Lá adiante estava o seu inimigo, o Sr. Tinoco, cuidando de um canteiro. Do lado oposto, ficava o portão. Que alívio! Muito de mansinho, sem fazer barulho, foi ele se arrastando, até que se viu, são e salvo, perto do pinheiro onde ficava sua casa. Estava tão cansado que se deitou ali mesmo e fechou os olhos.
Dona Coelha estava preparando o jantar. Quando o viu ali fora, assim, abatido, ficou imaginando o que lhe teria acontecido. Ficou, porém, muito zangada quando viu que ele havia perdido os sapatos e o casaco. Levou-o, no colo, para a cama e notou que ele estava febril.
À hora do jantar, Bolinha, Mimoso e Algodãozinho foram para a mesa, comeram bolinhos com morangos e tomaram leite quentinho. Joca ficou na cama e tomou chá de limão.
No dia seguinte, ainda se sentia mal. Estava tão arrependido, que prometeu à mamãe nunca mais desobedecer-lhe e ser tão comportado quanto seus outros irmãos."
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