sexta-feira, 31 de maio de 2013
Desde que saiu do ovo, Zelda era uma galinha diferente das demais. Todos os pintin
hos gostavam de ficar ciscando pelo pátio da granja, comendo milho e assustando as formigas. Mas aquela pintinha desajeitada não ciscava. Comia um
tantinho do milho e ia para além do pátio, observar as flores no
jardim. O dono da granja ria muito, dizia: 'esta pintinha acha que é
abelha e quer viver no meio das flores!'

Quando
cresceu, não teve escapatória e Zelda foi colocada dentro da granja,
junto com as outras galinhas. E como todas as outras tinha uma função
definida – era uma galinha chocadeira, assim como suas irmãs, primas e
amigas. As galinhas adoravam a granja e divertiam-se pondo e chocando os
ovos. Era um cacarejar sem fim, todas sempre tinham uma novidade para
contar. Todas, menos Zelda.
Zelda sentia-se
perdida ali, no meio das outras. Sabia que não tinha nascido para ser
chocadeira. Queria uma vida diferente, queria flores, queria cor! E
quando dizia isto para
as outras galinhas, todas a olhavam com admiração e espanto: 'e o que
você quer fazer da vida, Zelda?' Ela parava e pensava, pensava, pensava.
Suspirava e dizia: 'não sei o que quero fazer. Mas sei que não quero
ser chocadeira!' As outras diziam que se ela não sabia o que queria
fazer ela tinha mais é que continuar chocando, mesmo. E assim os dias
iam passando.
O dono da granja sempre ganhava novas galinhas. Um dia chegou uma nova
galinha à granja. Esta galinha vinha de uma cidade grande e já tinha
passado por vários lugares. Conhecia um pouco de tudo. E trouxe
novidades incríveis. Contou para Zelda e as outras que havia uma galinha
fazendo um sucesso tremendo como cantora. 'Vocês precisam ver, ela tem
cd, tem dvd, é um estouro! Todas as crianças gostam dela.'
De todas as galinhas, Zelda foi quem mais gostou de ouvir aquilo. Era isso! Também
ela sentia que tinha alma de artista. Pronto, estava resolvida a
charada. Zelda não era chocadeira, era cantora. Anunciou aos quatro
ventos sua descoberta e disse que daria um show na granja.
Zelda começou a praticar os seus popós. 'Po póóóó, Pó pó pó póóóó'. Mas
era desafinada demais! Ela começou a achar que talvez não levasse jeito
para coisa, mas resolveu insistir. Chamou algumas galinhas bem amigas e
fez um mini show, para ver o que as outras achavam.
Coitadinhas! Ao final da apresentação de Zelda, as galinhas estavam
numa agonia de dar dó. Nunca tinham escutado nada tão ruim na vida. Com
jeitinho, disseram a Zelda
que, cantora, ela não era.

Zelda ficou arrasada! Voltou a chocar, mas cada dia que passava era um
martírio para ela. Até que teve outra ideia. E se fosse dançarina? Ela
gostava muito de música. Se não sabia cantar, vai ver que daria certo
dançando. Começou, imediatamente, a ensaiar seus passinhos. Dava
rodopios, cambalhotas, divertia-se muito dançando. Mas... toda vez que
dançava, caía. Caía de bico, caía de bumbum, caía com a cara no chão!
Até que uma hora caiu feio e torceu a patinha. O veterinário veio, fez
curativo, colocou Zelda de repouso. As outras galinhas começaram a ficar
preocupadas: 'Zelda, você não quer ser chocadeira. Mas não é cantora e
nem dançarina. Deste jeito, você sai da granja, mas para virar uma
canja!' Zelda começou a temer que algo assim pudesse acontecer. E sofria, como sofria! Será que passaria a vida inteira chocando?
Enquanto estava de repouso, os sobrinhos do dono da granja vieram
passar uns dias de férias por lá. Era uma criançada agitada, que não
parava quieta um minuto. As galinhas ficavam numa inquietação só. As
crianças gostavam muito de pintar, e levaram tintas das mais diversas
cores para lá. Espalharam papel no chão e pintaram de tudo. Quando
saíam, recolhiam os papéis. Mas deixavam uma sujeira danada: a areia
ficava toda colorida. Zelda achava aquilo lindo demais.
Um dia, cansada
de ficar de pé pro alto de repouso, Zelda resolveu dar uma olhada de
perto na areia colorida. Pegou um grão, mudou de lugar com outro. Depois
outro, e outro, e outro, durante horas, sem parar. No final do dia,
cansada e feliz, observava o que tinha feito quando uma das crianças se
aproximou e gritou: ' que lindo!' O dono da granja, sua esposa, as
outras crianças e as galinhas vieram ver o porquê de tanto rebuliço.
De grão em grão, Zelda tinha mudado a ordem das cores e feito uma linda paisagem de
areia no chão do pátio. Todos ficaram estupefatos com a beleza daquilo.
O dono da granja, incrédulo, no dia seguinte deu mais areia colorida
para ver o que Zelda era capaz de fazer. E novamente ela fez uma
paisagem belíssima.
E assim foi que Zelda, que sempre soube que não era chocadeira, revelou
sua inquieta alma de artista. O dono da granja começou a cobrar
ingressos e todos queria ver a galinha que fazia arte. Zelda ensinava
seus truques para outras galinhas – muitas delas também achavam que não
tinham nascido para chocar – e, num piscar de olhos, a granja tornou-se
um museu a céu aberto, com as lindas obras de Zelda e suas discípulas.
Zelda ad
ora
o que faz. Trabalha muito mais do que antes, mas ama cada minuto do seu
dia. Para quem pergunta como sua vida mudou tanto, ela apenas diz: 'não
mudou. Tomou o rumo certo! Às vezes todo mundo diz que você deve ser de
um jeito, ou fazer algo de uma determinada forma. Mas, se você está
infeliz, por que seguir o que os outros dizem?'

Na vida, muitas vezes, é difícil dizer o que é o certo para cada um.
Mas o errado é bem fácil. Se você não está contente com o que é ou com o
que faz, mude! Tente de outro jeito, faça diferente! Errado é deixar os
outros decidirem a vida da gente...
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