sexta-feira, 31 de maio de 2013
Era um menino sem amigos. Não que não pudesse tê-los. Era um menino
engraçado, inteligente. Todos gostavam dele. Muitos queriam ser seus
amigos. Mas, ele, por alguma razão, não os tinha. Tinha, por todos,
muita consideração. Era gentil e solícito. Mas ia pouco além do
bem-educado. Era assim, o jeito dele. Na dele.
O menino sem amigos era um menino sem mistérios. Tinha seus gostos, e
todos sabiam quais eram. Ficava no seu cantinho, sozinho, brincando. De
carrinho, de pião, de futebol de botão. Ele e ele mesmo, sempre.
Sozinho.
Os pais do menino sem amigos preocupavam-se imensamente com esta
situação. Como poderia um menino, daquela idade, não ter amigos? Não ter
com quem jogar bola, empinar pipa, soltar aviõezinhos de papel pelo ar?
Como poderia alguém, daquela idade, gostar de ficar sozinho?
O menino sem amigos não ligava muito para o que os outros diziam. E levava sua vida assim, sozinho e feliz.
Um dia, o menino sem amigos queria inventar um jogo. Ele estava
sozinho, em seu quarto, como de costume. E queria alguém para brincar.
Mas não tinha ninguém por perto. E então ele criou um amigo. Seu
primeiro amigo de verdade. Pegou uma folha de papel, desenhou. Um rosto,
um corpo. Dois braços muito compridos, capazes de abraçar o mundo. E
ele abraçou o seu amigo.
O tempo foi passando e o menino sem amigos, agora, já não era mais
sozinho. Tinha seu amigo de papel, companheiro de toda hora, de todas as
atividades. E estava feliz com este seu amigo.
Só que o amigo de papel, ao contrário do menino, não gostava de ficar
sozinho. Ele era de festa, era de farra, era de multidão. E logo tratou
de arranjar um montão de gente para viver ali, naquele quarto, com ele e
o menino sem amigos.
Primeiro, o amigo de papel, ele mesmo, se desdobrou em três. E naquele
quarto, que antes era de um e depois moravam dois, quatro passaram a
viver. E como se divertiam juntos aqueles quatro: o menino que agora
tinha três amigos de papel. E por se divertirem tanto, o menino começou a
criar mais e mais amigos de papel, até ter dezenas deles. Brincavam
juntos o dia todo, em um mundo separado dos demais. Tudo era cor,
alegria, festa. Embora os outros, de fora, não percebessem isso.
Um dia, no entanto, a festa acabou. E por um destes motivos bestas em
que a festa termina cedo demais. O menino foi para a escola atrasado e
esqueceu a janela do quarto aberta. Naquela tarde, um vento torto entrou
pelo seu mundo e o levou consigo. Dezenas de amigos de papel, de todas
as cores, dançando com o vento. Indo para outros cantos, outros mundos.
Fazer novos amigos.
Quando chegou da escola, e se viu sozinho outra vez, o menino que
novamente não tinha amigos, sorriu. Percebeu que seus amigos de papel
tinham saído para ver a vida além daquele mundo ali. Queriam
experimentar novas coisas, conhecer novas gentes. E o menino quis isso
também.
Demorou ainda um tempo até que o menino de papel saísse de seu mundo
para conhecer outros mundos. Mas quando o fez... ah! Que alegria!
Quantas histórias, quantos amigos, quanto carinho. Tudo ali, ao seu
alcance. Bastando só abrir aos outros a porta do seu quartinho...
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