sexta-feira, 31 de maio de 2013
As corujas são umas criaturas muito engraçadas. Dormem o dia inteirinho, num destes sonos de urso que nada é capaz de interromper. Daí, quando o sol se põe... abrem os olhos e aproveitam a noite toda! O que os outros bichos fazem durante o dia, elas fazem à noite. Voam quase sem fazer barulho, tem aquele jeitinho de tímidas, parecendo sem
pre tão solitárias. Que nada! Gostam mesmo é de festa, por isso toda noite fazem uma festinha diferente: tudo é motivo para celebração! Levam a vida na maior farra, adorando acordar e dormir junto com os morcegos. Todas as corujas são assim. Menos aquela.

Aquela coruja não era assim. É preciso logo esclarecer que não era a coruja, e sim o coruja. Sim, era um macho. O nome do coruja era Tato. E Tato curtia a noite, gostava de festa e tal. Mas não todas as noites! Queria ver a luz do dia, pegar um bronze! Achava
esta negócio de dormir o dia inteirinho um desperdício de tempo. Dizia
para as outras corujas ' vamos pega rum solzinho, estamos todos pálidos
demais!' Mas ninguém lhe dava ouvidos. Riam dele, respondendo: 'coruja é da noite, rapaz! Vamos tomar um banho de lua, ao invés.' E Tato, frustrado, não tinha companhia para passear de manhãzinha.

Um dia, Tato sentiu sono bem cedo, lá pelas sete e meia da noite. Bem
na hora em que ia começar a festinha da coruja Mila. Tato desculpo-se
com todos e foi dormir. Ninguém entendeu nada.
Como já era de se esperar, Tato também despertou bem cedo. Às seis e meia da manhã, hora
em que as outras corujas estavam indo para suas árvores dormir, Tato
abriu os grandes olhos esbugalhados. O sol já estava no céu, mas ainda
estava morno, numa temperatura bastante agradável. Tato resolveu dar uma volta, descobrir como era o mundo à luz do dia.
Logo na primeira árvore que parou, Tato encontrou um passarinho. Que não era macho, era fêmea: a passarinha. Ela disse que se chamava Lina, e os dois ficaram amigos
na mesma hora. Lina conhecia tudo da vida diurna, e levou Tato para
conhecer uma porção de lugares legais – passaram o dia voando de um lado para o outro.
Quando entardeceu e a lua começou a despontar, Tato estava exausto! Só
conseguia pensar na sua caminha, quentinha, esperando no alto de sua árvore. Correu para casa, abraçou seu cobertor e em cinco minutos já
dormia profundamente.

As outras corujas estranharam a ausência de Tato aquela noite. O que
estava acontecendo para ele querer dormir ao invés de festejar? Estaria
ele adoentado? Seria caxumba, dor de barriga ou um simples resfriado? Todas começaram a ficar preocupadas com ele.
E Tato, alheio às preocupações, começou a viver uma vida diurna. Estava gostando muito disto,
voava durante horas com Lina, conhecia vários outros bichos, estava com
um aspecto saudável, bronzeado. Sentia-se muito bem vivendo de dia.
Só que coruja tem mesmo que viver como coruja, e quem nasceu para dormir junto aos morcegos não pode
querer levar vida de canário. Um belo dia, chegou o aniversário da mãe
de Tato. Era uma festa que ele não podia faltar, claro. Passeou, como sempre, durante o dia com Lina. À noitinha, tomou um banho
frio para despertar, uma xícara de café bem forte e foi para a festinha.
Chegando lá, lembrou-se do quanto a vida noturna também era divertida:
dançou, comeu salgadinhos, fez uma tremenda bagunça com seus amigos. Ficaram na festa até o raiar do sol, quando todos voltaram para casa para dormir.

Tato voltou para casa, pensando: durmo um pouquinho e então saio para pegar sol com a Lina. Mas... quem disse? Tato se revirava na cama, de um lado para o outro, e o sono não vinha. Tomou um banho quentinho, um leite morninho, nada! Não tinha sono nenhum. Então resolveu se vestir e sair para passear com Lina. 'De noite eu durmo', pensou.
Passeou com Lina durante todo o dia, foram até a praia pegar sol, comeram
milho no parquinho junto às pombas. À noite, Tato estava bastante
cansado. Foi para casa dormir, mas não conseguiu. Ficava se revirando na
cama numa agonia sem fim.
Os dias foram passando sem que Tato conseguisse dormir. O sono tinha
sumido, não sabia mais onde procurá-lo. Ele lia historinhas, ouvia
musiquinhas, via televisão. Tomava leite quente, frio e morno. Tomava chá. Nada adiantava, o sono não vinha.
Tato foi perdendo a cor. Não era mais pálido como as outras corujas, e
nem bronzeado como Lina. Era um ser sem viço, sem energia. Sua mãe
começou a ficar tensa, achando
que seu filho não dormiria nunca mais! Resolveu, então, consultar o Dr.
Pereira, que era a coruja mais sabida dali. O Dr. Pereira examinou
Tato, conversou com ele. Deu o diagnóstico:
- Eu sei, Dr. Pereira, mas eu não consigo!
- Não consegue. Nem vai conseguir!
- Mas eu não entendo, Dr. Pereira...
- Tato, você está vivendo duas vidas. Você quer ser uma coruja diurna. Mas isto não existe! Você quis ficar levando a sua vida com o calor do sol, mas as corujas foram feitas para viver ao brilho da lua. Simples assim.
- Mas, e meus amigos? E a Lina?
- Eles vão entender. Você é uma coruja, tem que viver como tal. Não adianta contrariar a própria natureza, Tato. É assim que você é.
- Está bem, doutor. Eu vou tentar voltar a viver à noite.
Tato
escutou o que o médico dissera, e voltou a viver sua vida noturna. Em
pouco tempo, estava novamente saudável. Todos os seus amigos entenderam
sua situação. Mas ele, no fundo, sentia, muita falta do sol, dos
passeios com Lina. Ela, por sua vez, tentou viver uma vida notu
rna, mas não conseguiu.

Um dia Tato teve uma ideia. Por que deveria levar sua vida como todo
mundo, se gostava de ser de outro jeito? O Dr. Pereira dizia que não se
devia contrariar a natureza, e Tato descobriu que a sua natu
reza era diferente dos demais. Então resolveu que não viveria de manhã ou de noite, viveria de tarde!

E assim foi que Tato, o coruja, resolveu seu problema. Acordava todos os dias
às três e meia da tarde. Passeava com Lina, iam ao parque. Na hora do
pôr do sol, corriam para a praia – porque não há nada mais bonito do
mundo do que ver o pôr do sol na praia, vocês sabem! A lua subia ao céu,
Lina ia dormir. Tato encontrava as outras corujas
,
jantava com seus amigos, ficava um pouco com sua mãe. E de madrugada
voltava, feliz, para casa. As outras corujas continuavam festejando até o
amanhecer.

Se está dando certo? Tato dorme bem, nunca mais ficou doente. Gosta de levar a vida assim, do seu modo.
Aproveita um pouco da vida de morcego e da vida de canário. Está muito,
muito feliz. E no final das contas... não é isto que importa?
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