quinta-feira, 13 de junho de 2013
Esta é a
história verdadeira de Pedrinho, que ganhou milhões,
trocando uma vaca leiteira por um pacote de feijões.
Eles eram
encantados: dos grãos nasceram galhos gigantes.
Vocês vão ler
maravilhados algo nunca lido antes.
Numa casinha no
meio de um campo moravam Pedrinho e sua mãe.
Os dois já
tinham sido muito ricos, quando o pai de Pedrinho era
vivo. Mas, depois que ele morreu, ficaram pobres, muito
pobres mesmo.
Só tinham uma
vaca que lhes dava leite e umas galinhas que punham
ovos. Viviam com dificuldade.
A situação
tornou-se ainda pior quando a mãe de Pedrinho adoeceu.
Não havia dinheiro para comprar remédios. Por isso, ela
chamou o menino e falou:
- Pedrinho,
escute o que vou dizer. Pegue a nossa vaquinha e vá
vende-la no mercado. Trate de conseguir o melhor preço
possível. Eu mesma gostaria de ir, mas estou muito
fraca. Não poderia andar tanto.
- Pode ficar
sossegada, mamãe. Farei o melhor que puder.
Pedrinho chamou
a vaca e pôs-se a caminho.
A vaquinha não
queria ir embora.
Estava
acostumada naquele lugar há muitos anos.
Mas Pedrinho
explicou que era preciso vendê-la, para comprar remédios
para a mãe. E lá se foram os dois para o mercado, cada
um mais triste que o outro.
No caminho
encontraram um velho, sentado na beira de estrada.
- Aonde vai,
menino? - perguntou-lhe ele.
- Vou ao mercado
vender esta vaca. Preciso de dinheiro.
- Pois eu compro
sua vaquinha - disse o velho.- Cuidarei bem dela. Você
me dá a vaca e em troca leva este pacote de feijões.
- Oh, não -
disse Pedrinho. - Minha vaca vale muito mais que isso!
A vaquinha
também não gostou da oferta.
Sentiu-se
ofendida, porque, afinal, ela dava muito leite! Mas o
velho insistiu:
Olhe, menino,
são feijões encantados. Dão fortuna a quem os possui.
Pedrinho acabou
concordando, embora a vaquinha ainda achasse que
feijões, mesmo encantados, eram um preço muito baixo
para ela.
Feita a troca, o
velho afastou-se, levando a vaca. Pedrinho, todo
orgulhoso de seus feijões, correu para casa.
- Veja, mamãe,
que bom negócio eu fiz! Troquei a vaca por este pacote
de feijões.
- O que? Não é
possível! Um saquinho de feijões por uma vaca! -
exclamou a mãe, incrédula.
- Mas são
feijões especiais! - explicou Pedrinho, muito animado.
Especiais como?
Por acaso são de ouro? - perguntou a mãe, desesperada.
- Melhor que
isso, mamãe! São feijões encantados!
- Mas como você
é bobinho, meu filho! Acreditou nessa tolice! Olhe bem:
são feijões iguais aos outros!
E, num gesto de
raiva, a pobre mulher jogou os feijões pela janela.
Pedrinho tentou dizer mais alguma coisa, mas a mãe não
queria saber de nada.
- Você me deu um
grande prejuízo! Já estamos sem dinheiro e agora esta!
Vá já para a cama! Não quero mais conversa!
Pedrinho, muito
abatido, subiu para o quarto e deitou-se. Não acreditava
que o velho pudesse tê-lo enganado.
- Preciso
convencer a mamãe de que aqueles feijões eram mesmo
encantados - pensava ele. - Mas, como? Nem eu sei qual é
a diferença entre os feijões comuns e os do pacote que o
velho me deu.
Se eu pudesse ao
menos fazer uma experiência. . . Mas a mamãe jogou
os feijões pela janela!
Depois de muito
pensar, Pedrinho acabou dormindo. No sonho, o velho
apareceu e falou:
- Pedrinho,
trate de não desperdiçar os feijões que lhe dei. Ainda
lhe serão muito úteis. Adeus!
Na manhã
seguinte, quando Pedrinho acordou e olhou pela janela,
ficou de boca aberta diante do que via.
Exatamente no
lugar onde sua mãe tinha jogado os feijões, crescera um
enorme pé de feijão, tão alto que Pedrinho não via o fim
dele.
- O velho disse
a verdade - pensou Pedrinho. - Os feijões eram mesmo
encantados! Vou subir para ver até onde vai essa planta.
Pedrinho
vestiu-se num minuto, pulou a janela e pôs-se a subir
pelo pé de feijão, segurando-se no tronco que era grosso
como o de uma árvore.
Pedrinho foi
subindo, subindo . . .
Subiu tanto que,
lá do alto, viu as casinhas pequeninas, pequeninas.
Lá naquelas
alturas onde ele estava, só os passarinhos chegavam.
Pedrinho estava
no meio das nuvens!
De repente,
ouviu uma voz suave chamando:
- Pedrinho!
Pedrinho!
o Menino olhou
em volta e exclamou encantado:
- Fadinha Azul!
É você?
Sim, sou eu.
Moro aqui nesta vila, construída na folha do pé de
feijão. Chamei você para lhe dar este saco.
- Oh, muito
obrigado! Mas para que serve? - perguntou Pedrinho.
- Você saberá
mais tarde, quando chegar a hora. Você teve muita
coragem para subir até aqui, Pedrinho e merece um prêmio
por isso.
Não tenha medo,
nenhum mal lhe acontecerá, nem mesmo quando você
atravessar aquela nuvem escura lá em cima . . . está
vendo? Continue a subir . . . até o alto, lá onde o pé
de feijão tem a haste bem fina . . .
Depois de dizer
isto, a fadinha voltou para a vila onde morava.
Pedrinho
continuou a subir. Atravessou a nuvem escura tremendo de
medo, mas lembrou-se das palavras da fadinha e seguiu em
frente.
Chegou à porta
de um grande castelo. Encheu-se de coragem e entrou.
Lá dentro tudo
era enorme: as portas eram altíssimas, as janelas eram
muito largas, os móveis eram imensos.
- O dono deste
castelo deve ser um gigante! - pensou Pedrinho.
Nesse mesmo
instante ouviu o ruído de passos pesados na escada.
Pedrinho
escondeu-se atrás de uma coluna e o gigante surgiu.
Vendo-o, Pedrinho pensou:
- Parece alguém
que já vi antes . . .
O gigante pôs
sobre a mesa uma cesta com uma galinha preta dentro.
Depois ordenou:
- Galinha, bote
meus ovos!
A galinha
obedeceu, mas o gigante gritou:
- Não, estes
não! Quero os ovos de ouro!
A galinha pediu
desculpas pelo engano e enquanto o gigante comia os ovos
de verdade, ela foi botando ovos de ouro, como se fosse
a coisa mais natural do mundo!
- Muito bem,
chega! - ordenou o gigante, pondo os ovos de ouro no
bolso.
Depois foi
embora, deixando a galinha em cima da mesa.
Olhando para a
galinha, Pedrinho disse para si mesmo:
- Aquela galinha
era nossa! Ainda me lembro dela, andando pelo quintal,
antes de papai morrer. . .
E depois ela foi
roubada! Agora está aqui . . .
O menino fez um
esforço para lembrar e exclamou:
- Já sei!
Naquele tempo esteve trabalhando para nós um
administrador com a cara do gigante, dono deste castelo!
Bem que ele me
pareceu conhecido?
Tinha razão a
fadinha dizendo-me para subir . . .
Agora vou reaver
a galinha preta!
Pedrinho subiu
na cadeira do gigante para alcançar a galinha.
- Se o gigante
me vê, estou perdido! - pensou.
A galinha
começou a gritar:
- Có, có, có!
Socorro! Estão me raptando! Polícia! Socorro!
- Psiu - disse
Pedrinho. - Você quer que o gigante apareça aqui? Fique
quieta, sua boba!
Mas a galinha
continuava a gritaria.
Pedrinho
enfiou-a no saco e correu para o pé de feijão.
- A Fadinha Azul
sabia de tudo . . . - pensou ele.
O gigante chegou
à sacada do castelo, viu Pedrinho descendo pelo pé de
feijão e gritou:
- Pare aí,
menino! Espere!
- Venha pegar-me
aqui, gigante ladrão!
- Ladrão? Quem é
ladrão? - perguntou a galinha.
- Já te agarro,
seu pilantra!
- Por que não
desce também pelo pé de feijão! - perguntou Pedrinho,
desafiando o gigante.
O gigante
começou a descer pelo pé de feijão, gritando para
Pedrinho:
- Se te pego,
mando-te cozinhar para a ceia!
A galinha
perguntou outra vez:
- Diga menino:
quem é ladrão?
- Fique
quietinha, estamos quase chegando!
O gigante
ameaçou:
- Vou torcer teu
pescoço!
- Quem é o
ladrão? - cacarejou novamente a galinha.
- É o
administrador, galinha! - respondeu Pedrinho.
- Mas quem é
ele?
- É o gigante!
- Que gigante? -
tornou a perguntar a galinha, que pelo jeito não estava
entendendo nada do que se passava.
- Depois eu
explico - disse Pedrinho. - Agora tenho mais o que
fazer!
Pedrinho chegou
ao chão, enquanto o gigante ainda estava descendo pela
planta. Pegou um machado e cortou o pé de feijão.
O gigante caiu
de tão alto, que fez um enorme buraco no chão, tão fundo
que ele nunca mais conseguiu sair de lá.
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