quarta-feira, 19 de junho de 2013
Raimunda era tão suja e imunda que ganhou o apelido de
Raimunda Sujismunda. Quando ela resolvia ficar sem tomar banho ou escovar os
dentes, não tinha jeito não. Ficava toda remelenta mesmo. E, aí ninguém
queria ficar perto de Sujismunda, digo Raimunda. Quando chegava, todos
fugiam.
Hum...Que cheirinho ruim!
A porcalhona da Raimunda também não gostava de
arrumar o quarto. Vinha da escola e largava o uniforme em cima da cama, o
tênis jogado num canto, a mochila no outro...Quando via, o quarto estava uma
bagunça só. E nada de arrumar. Raimunda era mesmo Sujismunda, um desleixo
total.
Dona Rute , a mãe de Raimunda, já não sabia mais o que
fazer com a menina. As vezes, ficava pensando em como lhe aplicar uma lição.
E, de tanto pensar achou a solução.
Começou logo.
Quando Raimunda chegou da escola. Dona Rute foi logo
avisando:
- Filha, pensei bem e concluí que você está certa. Esse negócio de tomar banho é mesmo muito enfadonho. A partir de hoje, ninguém nesta casa vai precisar tomar banho nem limpar nadinha.
A Sujismunda achou que era festa e quis aproveitar:
jogou tudo pro alto, almoçou sem lavar as mãos e foi pra rua brincar.
Brincou, brincou e brincou; suou até não poder mais. E
depois voltou.
Mas logo que pôs o pé na cozinha, Raimunda estranhou:
a louça do almoço ainda estava na pia, suja. No dia seguinte, Raimunda saio
da cama direto para a escola. Assim, sujinha mesmo.
Na hora do recreio, ficou sozinha.Também, pudera: como fedia! O caminho de volta não foi diferente. A rua cheia de gente ficou vazia. A multidão toda fugia, com medo: será que abriram a porta do chiqueiro?
Na hora do recreio, ficou sozinha.Também, pudera: como fedia! O caminho de volta não foi diferente. A rua cheia de gente ficou vazia. A multidão toda fugia, com medo: será que abriram a porta do chiqueiro?
Nem o gato de rua quis papo. Dobrou a esquina e foi
arranjar um beco para se lavar.
Meia sem graça. Raimunda voltou pra casa. Aquilo sim parecia um chiqueiro. A mesa do café ainda estava lá, com a toalha manchada de geléia e migalhas de pão-de-ló. O chão finalizava o espetáculo, com um aspecto meio ensebado.
"O que está acontecendo com a mamãe?", a porcalhona pensou.
"Nem a louça de ontem ela lavou..."
E o resto da casa? Dona Rute também não limpou.O
quarto estava do jeitinho que Raimunda deixou, com tudo jogado. O banheiro,
todo molhado. A sala? Xi, o cachorro invadiu, fez xixi atrás da porta e
completou o fedor.
Que horror! Nem a Sujismunda aguentou. Correu pegar a vassoura e foi dar um jeito na casa.Tirou a mesa, lavou a louça, arrumou o quarto, enxugou o banheiro, expulsou o cachorro e, que nojo! Limpou os vestígios de xixi.
Pensa que acabou? Depois de todo esse esforço, Raimunda estava mais suja do que nunca. E para completar a "operação limpeza", foi às pressas para debaixo do chuveiro. E de lá só saiu uma hora depois, sem mais nenhum cascão.
Dona
Rute estava escondida, espiando tudo com um sorriso.
A ex-Sujimunda aprendeu a lição.
Ficar sem banho, nunca mais.
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